Conta a historia, que a morada de Maria já foi palco de uma guerra fria.
Se o mundo era pequeno, a cidade, menor ainda. Com suas ruas de
paralelepípedos, as cadeiras nas calçadas, e nas praças a criançada a correr
desvendavam o mundo. Era assim aquela cidade do interior. E Maria a
acreditar que a vida seria muito, muito mais, do que se via. E todas as
tardes, a passear naquela praça avistava um mendigo sentado solitário. Ficava a
imaginar, qual solidão daquele homem, que parecia vivo morto, sem qualquer motivação.
E num desses dias, de total curiosidade Maria começou a olhar os olhos daquele
homem. E assim percebeu que algo acontecia. Pois, de um dia para o outro,
alguém lhe fitava a face, como quem a buscar razão.
Os dias se passaram no final daquelas tardes. - Maria avistava o mendigo
sentado na praça, acompanhado de um velho amigo, que se, alguém aproximasse,
atacava o curioso com um forte latido.
Era impossível não perceber que algo estranho se passava, pois ao aproximar-se
daquele homem, algo a desacomodava. Então, um dia, enchendo-se de coragem - com
um olhar amistoso, conquista o quatro patas, e daquele homem se aproxima.
Pede-lhe licença, para sentar-se naquele banco, mas o homem rapidamente
se afasta.
Não foi ainda dessa vez, que Maria matou sua curiosidade, pois o homem em
questão de segundos endurece sua face e se some no tempo como que no ar se
desintegrasse. Maria incrédula do que estava acontecendo -
Quantas vezes por ele passava, e esse, se permanecia calmo e sereno. Mas, quando
tenta se aproximar, nega-lhe qualquer aceno.
Agora, Maria ficava sem entender o que havia com aquele homem e o que estava a
esconder. Foram assim todos os dias e Maria agora se via intrigada com aquele
mendigo sentado naquela praça, como se fosse um mistério a percorrer. Resolveu
então, trazer-lhe um prato de comida, mas o homem assustado mais uma vez se
afasta, sumindo no tempo como se fosse uma assombração, um fantasma.
Maria intrigada, senta no banco da praça no lugar daquele homem a catar alguma
resposta. Não estava acreditando no que acontecia, já não sabia que o que se
passava – se seria real, ou fantasia. Agora se sentido ela - a solitária.
Em questão de segundos... Sente-se transportada para dentro de sua própria
casa, que lhe parecia agora estranha - um lugar gélido e frio, com
pessoas diferentes, num cenário de arrepio. No meio de tanta gente que
pareciam distantes, observa o mendigo da praça, agora rico e elegante. Sentado
a uma mesa daquelas de muita gente, rodeado de empregados a servir-lhes farta refeição.
Do lado, muita algazarra, numa festa a fantasia, muito vinho, muita gente, uma
intriga se inicia. O motivo, nunca se soube, mas aquele mesmo homem, que na
Praça Maria via, era o homem que um golpe certeiro o peito alguém lhe feria.
Não se sabe quem o fez, naquele naquela festa a fantasia, nem qual motivo
teria... Mas foi assim, que Maria descobriu que a sua morada, há muitos anos
atrás, teria sido palco de uma guerra fria.
Maria então, acorda daquela sensação, corre até a sala de sua própria
casa, abre-lhe a cortina, deixa entrar o sol, vê as crianças a correr, em volta
de sua mesa, felizes a brincar. Pois tudo que havia acontecido, não passava de
estranho sonho. Da janela de sua casa, avista um andarilho, que
passava solitário do outro lado da praça, trazendo nas costas
um fardo, e ao seu lado caminhando sossegado, seu fiel e amigo cão.
Albertina Chraim
Os dias se passaram no final daquelas tardes. - Maria avistava o mendigo sentado na praça, acompanhado de um velho amigo, que se, alguém aproximasse, atacava o curioso com um forte latido.
Era impossível não perceber que algo estranho se passava, pois ao aproximar-se daquele homem, algo a desacomodava. Então, um dia, enchendo-se de coragem - com um olhar amistoso, conquista o quatro patas, e daquele homem se aproxima. Pede-lhe licença, para sentar-se naquele banco, mas o homem rapidamente se afasta.
Não foi ainda dessa vez, que Maria matou sua curiosidade, pois o homem em questão de segundos endurece sua face e se some no tempo como que no ar se desintegrasse. Maria incrédula do que estava acontecendo - Quantas vezes por ele passava, e esse, se permanecia calmo e sereno. Mas, quando tenta se aproximar, nega-lhe qualquer aceno.
Agora, Maria ficava sem entender o que havia com aquele homem e o que estava a esconder. Foram assim todos os dias e Maria agora se via intrigada com aquele mendigo sentado naquela praça, como se fosse um mistério a percorrer. Resolveu então, trazer-lhe um prato de comida, mas o homem assustado mais uma vez se afasta, sumindo no tempo como se fosse uma assombração, um fantasma.
Maria intrigada, senta no banco da praça no lugar daquele homem a catar alguma resposta. Não estava acreditando no que acontecia, já não sabia que o que se passava – se seria real, ou fantasia. Agora se sentido ela - a solitária.
Em questão de segundos... Sente-se transportada para dentro de sua própria casa, que lhe parecia agora estranha - um lugar gélido e frio, com pessoas diferentes, num cenário de arrepio. No meio de tanta gente que pareciam distantes, observa o mendigo da praça, agora rico e elegante. Sentado a uma mesa daquelas de muita gente, rodeado de empregados a servir-lhes farta refeição.
Do lado, muita algazarra, numa festa a fantasia, muito vinho, muita gente, uma intriga se inicia. O motivo, nunca se soube, mas aquele mesmo homem, que na Praça Maria via, era o homem que um golpe certeiro o peito alguém lhe feria. Não se sabe quem o fez, naquele naquela festa a fantasia, nem qual motivo teria... Mas foi assim, que Maria descobriu que a sua morada, há muitos anos atrás, teria sido palco de uma guerra fria.
Maria então, acorda daquela sensação, corre até a sala de sua própria casa, abre-lhe a cortina, deixa entrar o sol, vê as crianças a correr, em volta de sua mesa, felizes a brincar. Pois tudo que havia acontecido, não passava de estranho sonho. Da janela de sua casa, avista um andarilho, que passava solitário do outro lado da praça, trazendo nas costas um fardo, e ao seu lado caminhando sossegado, seu fiel e amigo cão.
Albertina Chraim