Era um baile desses de
carnaval e a bebida corria solta, nas mãos daqueles jovens que dançavam a
juventude naquele salão.
Mas, o infortúnio daquela
noite não previa que o destino de dois jovens estaria marcado para o resto de
seus dias.
Ele, moço bonito, sentiu-se
enciumando com outro jovem que galanteou a sua amada.
Nesses rompantes da
juventude desfere um golpe certeiro e tira a vida do tal galante.
Agora desesperado, sem
acreditar no que havia feito, abraça sua companheira, que num passe de mágica tenta
socorrer aquele corpo já desfalecido.
E a música silencia
aquele final de noite que acabou com a cantoria...
E o casal em parceria,
olha um para o outro sem saber o que faziam.
Ela então temerosa,
segura a mão do amado, pedindo-lhes desculpas por ter provocado...
E em meio ao silêncio, ao
longe se escuta a sirene a aproximar-se do corpo e os dois jovens fogem para
não serem alcançados.
E os pais daqueles jovens,
agora assassinos, homens afortunados, carregam uma barcaça de sedas e
suprimentos e colocou-os a correr mundo.
Essa seria a penitencia –
prefeririam ver os filhos à deriva, do que vê-los enforcados.
Foi assim que naquela noite, daquela pacata cidade, de um país bem distante, que se inicia a saga daqueles imigrantes...
Foi assim que naquela noite, daquela pacata cidade, de um país bem distante, que se inicia a saga daqueles imigrantes...
Foram logos meses a
desbravar os continentes, atravessando o oceano em meia tempestade e a tantas
correntes.
Varavam as noites,
chegavam os dias, e os suprimentos já finando, e as estruturas em avarias...
Atravessaram os continentes... Em meio às tormentas já não sabiam se
sobreviveriam nem o que encontrariam pela frente...
Depois de alguns meses a
deriva, sem rumo e sem guarita, em meio a tempestades, com o barco a deriva, pagando
as duras penas o peso da incoerência. Sem ver uma alma viva,
cansados e já famintos, ajoelharam-se em penitencia implorando perdão por ter
tirado uma vida.
E eles ainda jovens, adormeceram inocentes declarando-se desejosos de recomeçar a nova vida.
E eles ainda jovens, adormeceram inocentes declarando-se desejosos de recomeçar a nova vida.
Não
se sabe quanto tempo eles adormeceram, mas ao acordar, avistaram o mar em calmaria
e a proa apontava para uma baia.
Atracaram sua barcaça
naquela nova ilha, desbravando aquele deserto, e a vida retomariam.
E aquele novo lugar,
agora habitado tornou-se a morada dos novos imigrantes.
E o lugar foi crescendo –
como passagens dos viajantes errantes. Ate hoje não se sabe o segredo dos
primeiro habitante.
Albertina Chraim