Maria encontrava-se enleada no transito daquela cidade, tão
provinciana no gelo do inverno, que transformava-se em inferno no calor de seu
verão. Perdia-se nas características daquela cidade bucólica, ao ouvir as
buzinas dos carros como quem a pedir passagem junto à população. Ouve na radio,
as noticias do dia – mas, seu pensamento voa longe em outra direção... Vê distanciar-se
o corpo da alma, em total comunhão - em meio a tanta, gente naquele anunciar do
verão... Bem que poderia nessas horas, transformar-se em uma ave de rapina, com
desejos da carne e visão de longo alcance. Quem sabe chegaria mais rápido ao
seu destino. Em questão de segundos sente um vazio no ar. Seu corpo cria bicos
e com garras afiadas, Maria, agora cria asas, a conquistar o espaço. Independente
e visionaria, aceitando desafios, adaptando-se naquele novo lugar. E do alto,
avistando-se na terra, a transitar, encontra os ratos a roer o que encontrar...
E o macaco brincalhão imitando o gavião, pula de galho em galho, sem temer cair
ao chão... E Maria sem entender, como se via animal, continua a observar
como se estivesse em um grande cafezal... Às vezes uma águia, voando nas
alturas, outras vezes caia em terra, e de forma carnívora, a engolir outro
animal. E nessas alternâncias, motivada se via, na busca de entender como
poderia - ter bicos afiados com, garras fortes e visão de longo alcance. Assim,
a rapinante, de forma agiu na captura,
do chão alcançava os céus em questão de segundos, como se fosse sua existência
os minutos de mudanças... E num vôo desses de rapina, a águia bate as asas
acordando Maria.
Albertina Chraim
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