quarta-feira, 20 de novembro de 2013

24. MARIA E A AVE DE RAPINA


Maria encontrava-se enleada no transito daquela cidade, tão provinciana no gelo do inverno, que  transformava-se em inferno no calor de seu verão. Perdia-se nas características daquela cidade bucólica, ao ouvir as buzinas dos carros como quem a pedir passagem junto à população. Ouve na radio, as noticias do dia – mas, seu pensamento voa longe em outra direção... Vê distanciar-se o corpo da alma, em total comunhão - em meio a tanta, gente naquele anunciar do verão... Bem que poderia nessas horas, transformar-se em uma ave de rapina, com desejos da carne e visão de longo alcance. Quem sabe chegaria mais rápido ao seu destino. Em questão de segundos sente um vazio no ar. Seu corpo cria bicos e com garras afiadas, Maria, agora cria asas, a conquistar o espaço. Independente e visionaria, aceitando desafios, adaptando-se naquele novo lugar. E do alto, avistando-se na terra, a transitar, encontra os ratos a roer o que encontrar... E o macaco brincalhão imitando o gavião, pula de galho em galho, sem temer cair ao chão...  E Maria sem entender, como se via animal, continua a observar como se estivesse em um grande cafezal... Às vezes uma águia, voando nas alturas, outras vezes caia em terra, e de forma carnívora, a engolir outro animal. E nessas alternâncias, motivada se via, na busca de entender como poderia - ter bicos afiados com, garras fortes e visão de longo alcance. Assim, a rapinante, de forma agiu  na captura, do chão alcançava os céus em questão de segundos, como se fosse sua existência os minutos de mudanças... E num vôo desses de rapina, a águia bate as asas acordando Maria.

Albertina Chraim


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