sábado, 23 de novembro de 2013

25. MARIA SAI A FRANCESA


          Maria, caminhava pela vida, como sempre, distraída para as coisas tão banais. E numa dessas esquinas que se vê dividida, encontrou uma, ate então, amiga, a lhe gracejar belo sorriso. Desses que ao abrir-se se esvazia a alma, engolindo o espectador do pescoço ate o umbigo.  E numa dessas conversar de corredor, Maria escuta o que ate então era velado como se fosse um segredo para olhos de mercador.
- Maria! 
-Tua luz brilha, tua estrela é radiante e isso  ofusca as pessoas ao teu lado, deixa-as como meras figurantes...
Maria, sem entender o que estava se passando, dá um sorriso de lado, como a desejar que se apague aquele instante. Os segundos de silencio atravessaram alguns minutos... E sem entender, Maria é pega de surpresa pelo teor daquela conversa, sem pé e sem sentido, e cheia de resíduos...
Senta-se  ao chão para buscar a razão de tamanha  insensatez.  E o silencio permanece nos olhos de Maria. Mas, a pessoa continua a sua profecia.  
- Você é estrela, aparece em todo canto, fica difícil conviver com alguém que ofusca do Outro, o encanto.
Maria, em silencio a escutar o que ouvia sente que de onde veio a fala,  era como se estivessem a jogar-lhe na cara,  um  balde de água fria.
     Sem entender, o que estava acontecendo, Maria, comedida, mede as palavras para não desferir ofensas para aquela fantasia. Então, em questão de segundos, de surda se veste  como que a transformar as falácias em confete.       Mas, a pessoa não se basta e diante do  silencio se sente poderosa a continuar aquela fala. 
- Você é feliz, o marido mora longe, tens dinheiro e és rica, podes sorrir a todo instante.
E não para por ai, o desabafo da colega que  juntando Maria no canto consegue descarregar suas quimeras.         
Maria indigna-se, com o que estava a ouvir  daquela conversa de ventarola que  dava vontade de dormir.  Então  pede desculpas por não saber  o que dizer,  pergunta o que  esta acontecendo e o que realmente a pessoa quer dizer... 
Agora, a pessoa em silencio,  fita os olhos de Maria que por segundos, sai dali, e da volta ao mundo – percorre tantas leituras que fez do humano, e busca entender o que esta ali, diante dela, literalmente se passando.  
O silencio, dominador  daquele momento, desacomoda Maria  daquele pensamento, a pensar no que poderia responder. 
Como  pode, a sua identidade, ao Outro fazer sofrer?
Pensou nesse marido, que  nunca esteve distante, pensou em qual riqueza, que não seja ouro ou diamante. E assim Maria,, acreditando na fragilidade daquela humana, pede desculpas por existir. 
E numa tomada de decisão, para não estrangulara as relações,  vai saindo à francesa, jamais em tom de despedida, com a certeza que ao afastar daquele espaço vai dar a chance para outros  polirem suas estrela.

Albertina Chraim

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