Maria, caminhava pela vida, como sempre, distraída para as coisas tão banais. E numa dessas esquinas que se vê dividida, encontrou uma,
ate então, amiga, a lhe gracejar belo sorriso. Desses que ao abrir-se se
esvazia a alma, engolindo o espectador do pescoço ate o umbigo. E numa
dessas conversar de corredor, Maria escuta o que ate então era velado como se
fosse um segredo para olhos de mercador.
- Maria!
-Tua luz brilha, tua estrela é radiante e isso ofusca as pessoas ao teu lado, deixa-as como meras figurantes...
-Tua luz brilha, tua estrela é radiante e isso ofusca as pessoas ao teu lado, deixa-as como meras figurantes...
Maria, sem entender o que estava se passando, dá um sorriso de lado, como
a desejar que se apague aquele instante. Os segundos de silencio atravessaram
alguns minutos... E sem entender, Maria é pega de surpresa pelo teor daquela conversa,
sem pé e sem sentido, e cheia de resíduos...
Senta-se ao chão para buscar a razão de tamanha insensatez.
E o silencio permanece nos olhos de Maria. Mas, a pessoa continua a sua profecia.
- Você é estrela, aparece em todo
canto, fica difícil conviver com alguém que ofusca do Outro, o encanto.
Maria, em silencio a escutar o que ouvia sente que de onde veio a fala,
era como se estivessem a jogar-lhe na cara, um balde de água fria.
Sem entender, o que estava acontecendo, Maria, comedida, mede as palavras para
não desferir ofensas para aquela fantasia. Então, em questão de segundos, de surda se
veste como que a transformar as falácias em confete. Mas, a pessoa não se
basta e diante do silencio se sente poderosa a continuar aquela
fala.
- Você é feliz, o marido
mora longe, tens dinheiro e és rica, podes sorrir a todo instante.
E não para por ai, o desabafo da colega que juntando Maria no
canto consegue descarregar suas quimeras.
Maria indigna-se, com o que estava a ouvir daquela conversa de ventarola
que dava vontade de dormir. Então pede desculpas por não
saber o que dizer, pergunta o que esta acontecendo e o que
realmente a pessoa quer dizer...
Agora, a pessoa em silencio, fita os olhos de
Maria que por segundos, sai dali, e da volta ao mundo – percorre tantas
leituras que fez do humano, e busca entender o que esta ali, diante dela, literalmente se passando.
O
silencio, dominador daquele momento, desacomoda Maria daquele pensamento,
a pensar no que poderia responder.
Como pode, a sua identidade, ao Outro fazer sofrer?
Pensou nesse marido, que nunca esteve distante, pensou em qual
riqueza, que não seja ouro ou diamante. E assim Maria,, acreditando na fragilidade
daquela humana, pede desculpas por existir.
E numa tomada de decisão, para não estrangulara as relações, vai saindo à francesa, jamais em tom de despedida, com a certeza que ao afastar
daquele espaço vai dar a chance para outros polirem suas estrela.
Albertina Chraim
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