domingo, 5 de maio de 2013

2. A ANDARILHA E A BORBOLETA






Ao estacionar seu carro, Maria caminhou ate a praia... a praia era dos sonhos,  uma praia reservada...  
Brincando com seus pés na areia, não imaginava estar deixando pegadas.   
No meio do caminho, encontrou velha senhora, suas vestes eram escuras, como errante andarilha, que a convida para sentar e a falar-lhe sobre a vida.
E essa estranha, que de  sua  vida tudo sabia, começou a contar fatos  da vida de Maria. Detalhes tão secreto, que Maria escondia...
         Como em todos os sonhos, num misto de devaneios, realidades ou fantasia, Maria transportou-se  para uma vila...
      Olhou para o lado e não mais viu a andarilha, que com suas vestes rasgadas debulhou a sua vida...  
Maria segue em frente, a conhecer o novo lugar,  que em questão de instantes começa a recordar... já não era tão estranho esse lugarejo, tinha praças, tinha gente,  crianças a brincar...
Maria se deu conta, de que já não mais estava na praia, se tratava de uma vila, onde a tal mulher morava...     
Na cata de uma direção, para poder voltar para casa, Maria reencontra a andarilha que em seu ouvido lhe falava:
 - Em tua sala Maria, habita uma mulher indignada com outra Maria, que no lugar de ouro , ofertou-lhe bijuterias.
E Maria assustada interrogava a andarilha:
 - O que de mim queres com tuas vestes rasgadas... como podes conhecer-me, se  de minha vida nunca lhe contei nada?
         Não se preocupe menina,  nenhum mal lhe farei, apenas peço que me escutes o que  pra ti reservei...
       Vá agora  no ourives  e busque o que te direi,  pendure em teu peito e eu te protegerei...  não blasfeme  tua vida...  nem esqueça o que te falei,  ajoelhe-se todos os dias  em reverencia  reze o Pai Nosso como se estivesse diante de um rei...
         E a velha andarilha, de voz serena, transformou-se em uma borboleta... bateu as asas e foi se embora voando pela janela.
E Maria despertou, com o vento batendo na cortina que com uma leve brisa no ar  entrava por sua janela...
Albertina Chraim

Um comentário:

  1. Eduardo Galeano, li pequenos textos desse escritor andino, e seu estilo me fez lembrá-lo.

    ResponderExcluir