Ao estacionar seu carro, Maria caminhou ate a praia... a praia era dos sonhos, uma praia reservada...
Brincando com seus pés na
areia, não imaginava estar deixando pegadas.
No meio do caminho,
encontrou velha senhora, suas vestes eram escuras, como errante andarilha, que
a convida para sentar e a falar-lhe sobre a vida.
E essa estranha, que de sua
vida tudo sabia, começou a contar fatos
da vida de Maria. Detalhes tão secreto, que Maria escondia...
Como em todos os sonhos, num misto
de devaneios, realidades ou fantasia, Maria transportou-se para uma vila...
Olhou para o lado e não mais viu a
andarilha, que com suas vestes rasgadas debulhou a sua vida...
Maria segue em frente, a
conhecer o novo lugar, que em questão de
instantes começa a recordar... já não era tão estranho esse lugarejo, tinha praças,
tinha gente, crianças a brincar...
Maria se deu conta, de
que já não mais estava na praia, se tratava de uma vila, onde a tal mulher
morava...
Na cata de uma direção, para
poder voltar para casa, Maria reencontra a andarilha que em seu ouvido lhe falava:
- Em tua sala Maria, habita uma mulher indignada
com outra Maria, que no lugar de ouro , ofertou-lhe bijuterias.
E Maria assustada
interrogava a andarilha:
- O que de mim queres com tuas vestes rasgadas...
como podes conhecer-me, se de minha vida
nunca lhe contei nada?
Não se preocupe menina, nenhum mal lhe farei, apenas peço que me
escutes o que pra ti reservei...
Vá agora no ourives
e busque o que te direi, pendure em
teu peito e eu te protegerei... não
blasfeme tua vida... nem esqueça o que te falei, ajoelhe-se todos os dias em reverencia reze o Pai Nosso como se estivesse diante de
um rei...
E a velha andarilha, de voz
serena, transformou-se em uma borboleta... bateu as asas e foi se embora voando
pela janela.
E Maria despertou, com o vento batendo na cortina que com uma leve brisa no ar entrava por sua janela...
Albertina Chraim
Eduardo Galeano, li pequenos textos desse escritor andino, e seu estilo me fez lembrá-lo.
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