Maria acreditava que
aqueles impulsos, aquelas fantasias, que se tornaram
tão reais, muito alem do que pensavam, do que queriam, fossem apenas devaneios,
naquele baixar de noite na chegada do inverno
Aproximaram seus corações tão
devagarzinho, como quem de repente alguém os desacomodasse dos
próprios ninhos. E sempre tão donos de seus sentimentos, se
presentearam com o direito de viver esse momento. E das volúpias de suas mãos e
do eco de suas palavras que vibravam em seus ouvidos os levando as alturas,
ficou a certeza que a intenção deste sentimento é para que o amor os reconstruísse.
Não há amor que se sustente, nem paixão que
perdure, se cada um se justificar nas razoes de tantas loucuras.
Quem nos disse que os loucos não se
amam, se a loucura do Homem é sinônimo da paixão?
E com as volúpias de suas mãos percorrendo
tantos caminhos, viveram tão intensos, sem medo da opressão.
E num momento de lucidez, voltando a
escalar o ninho, foi como se nunca tivessem sidos jogados rente ao chão.
Olharam para o ninho como olhares
resistentes, se iludiram que tenham entendido o sentido de uma paixão... Que
pode ser passageira, se não for ilusão e muitas vezes ela surge para tanta
reflexão.
Em algum momento deste universo, há de
haver uma explicação para que esse sentimento não os tire a razão.
Seguiram suas vidas, cada um a seu modo,
mas levaram este segredo, sentindo o cheiro que exalaram no toque de suas mãos,
que percorreram seus corpos. Perderam-se nas caricias, e depois de algum tempo
virou recordação.
Foram se encontrando por ai, como quem
nunca se tinham visto, muito alem de seus olhos ou que viveram essa paixão.
Foram caladinhos, seguindo suas vidas
gritando mesmo em silêncio – que, se um dia os empurrarem de novo de seus
ninhos relembrarão como tudo começou - bem devagarzinho.
Albertina Chraim
Nenhum comentário:
Postar um comentário